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Reflexões sobre o Colapso Ambiental e os Povos Originários

O texto reflete sobre a crise climática atual, destacando o desmatamento, a exploração ambiental e a resistência dos povos originários. A arte é apresentada como uma ferramenta essencial para conscientizar e provocar mudanças necessárias na preservação do meio ambiente e das culturas que o protegem.

Autor: Pâmela Peixoto

25/02/2025 ás 20:03

A atual crise climática é um reflexo do desrespeito com a natureza e com os povos que há séculos protegem o meio ambiente. Estamos vivendo uma realidade de calor extremo, falta de chuvas, desmatamento desenfreado e exploração ambiental, o que impacta diretamente não só a fauna e flora, mas também as comunidades que dependem dessa harmonia para sobreviver. A situação se agrava com a crescente devastação das florestas, a queima de matas e o desrespeito aos direitos dos povos originários, que são os verdadeiros guardiões da terra. Essa degradação não é apenas uma catástrofe ambiental, mas uma tragédia humana e cultural.

Vivemos em um momento em que a natureza está pedindo socorro, e não podemos mais ignorar os sinais. As queimadas descontroladas, os rios que secam e o aumento das temperaturas refletem a exploração sem limites de nossos recursos naturais. O ciclo da vida se rompe, e, enquanto o planeta clama por mudanças, há aqueles que ainda buscam explorar e destruir sem pensar nas consequências. Estamos diante de um momento crítico, onde a luta pela preservação ambiental se mistura com a resistência dos povos indígenas e comunidades locais, que enfrentam ameaças constantes.

Talvez, no futuro, a memória dos nossos atos seja contada através das cinzas e do silêncio da terra, se não fizermos algo agora para reverter esse cenário.

A arte, como sempre, desempenha um papel essencial, levando à reflexão sobre os desafios que enfrentamos. A pintura, assim como outras formas de expressão, pode ser uma maneira de dar voz àqueles que estão sendo silenciados — tanto os povos indígenas quanto a própria natureza que clama por socorro. Que possamos olhar para o nosso passado, aprender com ele, e lutar pelo futuro. O Brasil é formado por suas raízes indígenas, pela riqueza cultural que elas representam, e, sem a preservação do meio ambiente, estamos apagando essas raízes que sustentam a nossa existência.

Minha releitura ganhadora do concurso do MASP da obra ‘Moema’ do artista Victor Meirelles

Quis retratar na obra acima os problemas que estamos vivendo atualmente: as queimadas, a exploração e o massacre dos povos indígenas, o desmatamento, a caça ilegal de animais que deveriam ser protegidos, entre inúmeros outros pontos negativos. Esta imagem transmite muitas informações e sentimentos, mostrando povos arriscando suas vidas para resgatar, não apenas Moema, mas também vários outros indígenas, para que posteriormente sejam realizados os ritos tradicionais de sepultamento, enquanto tudo está em chamas. Outros não têm a opção de voltar e resgatar seus familiares, mortos ou vivos, uma possibilidade que não está ao alcance deles. Os indígenas estão sendo ameaçados a todo instante; talvez o melhor a ser feito antes de serem capturados pelos homens brancos, devastadores de terras e vidas seja nadar incontrolavelmente.

Os povos nativos são as raízes deste país; são a cultura, a sabedoria, a inteligência e a força vital.

Quando olho para a pintura original, penso em toda a colonização que ocorreu em nosso país, nas ilusões, falsos amores e nas tragédias/massacres. Acredito que, se Victor Meirelles estivesse vivo, ele teria produzido belas obras sobre o contexto atual, não apenas sobre os acontecimentos catastróficos, mas também para intensificar a nossa identidade brasileira e valorizar a figura indígena. Afinal, é impossível viver no Brasil sem lembrar, falar ou viver sem os povos indígenas.

O incêndio que consome suas terras é o mesmo que consome nossa memória e identidade.

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